Arquivo mensal: julho 2014

Entender o consumidor virou desafio também para o RH

Você deve estar se perguntando por quê? Porque as empresas precisam que os funcionários responsáveis pelos Recursos Humanos se aproximem dos clientes e mantenham a área com função estratégica na empresa.

A pesquisa do IBM Institute for Business Value, divulgada pelo jornal Valor Econômico, revelou que menos de um terço dos diretores de RH entendem os consumidores das organizações. A distância desses profissionais dos objetivos da empresa isola a área do papel estratégico.

72% dos CEOs envolvem os diretores financeiros na estratégia de negócios da empresa, 63% envolvem os diretores de marketing, 42% envolvem os diretores de TI e apenas 35% envolvem os diretores de RH.

Pra mudar isso é preciso deixar a função burocrática da área de lado e focar no que realmente importa. São poucas as empresas que utilizam dados para antecipar resultados. Mesmo para medir produtividade, mais comum atualmente, o resultado ainda é baixo: apenas 16% das empresas o fazem.

Para reter talentos e gerir o desempenho o RH vai precisar aprender analisar dados e projetar o futuro. Além, claro, de entender o caminho que a empresa pretende seguir no mercado, o que inclui o conhecimento dos clientes externos.

Quem sabe o marketing não vire um parceiro do RH dentro das empresas?

Tecnologia nos festivais: o Lolla Cashless

O Lollapalloza tem uma novidade para o próximo festival que acontecerá em Chicago entre os dias 1 e 3 de agosto: a Lolla Cashless. É uma pulseira que utiliza a tecnologia RFID, um método de identificação automática através de sinais de rádio.

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Um chip será inserido nas pulseiras que dão acesso ao festival. Quem quiser pode registrar suas informações de cartão de crédito online. Restaurantes e vendedores de bebidas terão sistemas que lerão as informações das pulseiras. Ao comprar qualquer coisa basta aproximar a pulseira do leitor e pronto. Pago.

Importante: as pulseiras funcionam offline, já que não dá pra contar com a internet nesses grandes eventos. Vamos ver se vai haver adesão e se a venda de alimentos e bebidas vai superar a de anos anteriores.

Pra medir a sua satisfação no voo a British Airways te entrega um cobertor

Sim, um cobertor com fibra ótica  que muda de cor com base em ondas cerebrais transmitidas via Bluetooth a partir de uma banda usada na cabeça do passageiro. Azul significa calma, paz e relaxamento. E vermelho stress e ansiedade.

Segundo a reportagem da Bloomberg Businessweek, por enquanto, o cobertor está sendo testado em voluntários. A BA irá analisar os dados para tentar melhorar a experiência do voo.  Os padrões de cores podem resultar em mudanças nos serviços de bordo como, por exemplo, a hora das refeições, o menu e as opções de filme.

O objetivo da empresa é tentar diferenciar seus serviços e fugir do padrão das outras companhias aéreas:  camas planas e roupa de cama de luxo. O sono é um componente crítico, mas o que mais pode ser feito?

Quem quiser ver a propaganda do Happiness Blanket, clique aqui.

Pensamento da semana, por Rich Lesser

“Como elas (indústrias brasileiras) não têm como competir em termos de custos, a prioridade precisa ser produtividade, inovação, qualidade e capacidade de compreender o cliente. Essa é a saída.”

Rich Lesser, presidente mundial da consultoria BCG, na Revista Exame de junho (Sete Perguntas – A febre do made in China está passando)

Você sabia? Cada pessoa no mundo com 15 anos ou mais bebe, em média, 6,2 litros de álcool puro por ano

Mas, como menos da metade da população (38,3%), na verdade, bebe álcool, significa que aqueles que bebem consomem, em média, 17 litros de álcool puro por ano. Os dados são do “Global status report on alcohol and health 2014”, da Organização Mundial da Saúde.

Segundo a revista Super Interessante, 1 litro de álcool puro equivale a 56 latas de cerveja ou 9 garrafas de vinho ou 2,5 garrafas de vodka. Em 2005 a média do brasileiro era de 9,8 litros. Em 2010 o consumo caiu para 6,7. 11% a menos, mas ainda acima da média mundial.

Foram 3,3 milhões de mortes no mundo em 2012 por conta do consumo abusivo de álcool. O consumo também aumenta o risco de desenvolver mais de 200 doenças, incluindo cirrose hepática e alguns tipos de câncer. Além disso pode levar à violência e lesões.

O jornal Independent fez um mapa, com o consumo médio de álcool puro por país em 2010:

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O impacto do preço no gosto da comida

Um novo estudo, feito pelo professor Brian Wansink, da Universidade de Cornell, sugere que a percepção do gosto e o sentimento de culpa por comer demais podem ser manipulados somente pelo preço.

 “Simplesmente reduzir o preço da comida em um restaurante afeta drasticamente a maneira como os consumidores avaliam e apreciam a comida”.

Em parceria com um restaurante italiano em Nova Iorque os pesquisadores apresentaram um menu aos clientes com valor único. Pague e coma quanto quiser.   Os clientes foram convidados a avaliar a comida e o restaurante e classificar a comida em uma escala de nove pontos. Dois preços de menus foram apresentados: 4 e 8 dólares.

Mesmo provando a mesma comida e a mesma quantidade, quem pagou US$ 8 desfrutou, em média, 11 por cento a mais do que aqueles que pagaram US$ 4. As pessoas que pagaram o preço mais baixo também relataram a sensação de culpa e de terem comido mais do que deviam com mais frequência.

“Se você é um consumidor e quer comer em um buffet, a melhor coisa a fazer é comer no buffet mais caro que você pode pagar. Você não vai comer mais, mas vai ter uma experiência melhor no geral”, disse Wansink.

E você, valoriza o mais caro?

A estatística também perdeu por 7 x 0

Nate Silver, o estatístico americano que calculou com acerto os resultados das eleições americanas, não conseguiu o mesmo resultado com o modelo Soccer Power Index (SPI), que previa os resultados da Copa do Mundo de 2014.

Publicado no site fivethirtyeight.com, o modelo, que usa a distribuição de poisson para estimar os possíveis placares, deu a Alemanha 0,022% de probabilidade de fazer 7 ou mais gols. Seria uma chance em 4.500. E eles fizeram.

O modelo considerou a ausência de Neymar e Thiago Silva, e mesmo assim previa a vitória do Brasil. Nate Silver explica que os modelos podem falhar, justamente nos valores localizados nas extremidades da distribuição, na cauda. São os chamados outliers, ou Black Swan, na linguagem de Nassim Taleb.

Faz parte, até na estatística.

Pensamento da semana, por Ruth Chang

“O que importa para nós não pode ser representado por números. Não há como acreditar que em uma decisão há apenas 3 possibilidades: uma alternativa é melhor, outra pior e outra igual.  Para entender as decisões difíceis precisamos de uma quarta alternativa, que vai além dessas três. Eu costumo dizer que essa quarta está em pé de igualdade com alguma outra.

Isso ocorre quando uma alternativa não é melhor que a outra, mas está em uma mesma zona de valor, ao mesmo tempo em que se refere a um tipo de valor diferente. Por isso é uma decisão difícil. Nessa situação temos de exercitar nosso poder normativo. O poder de criar razões para que nós possamos fazer as melhores escolhas para nós mesmos. E isso tem a ver com o que somos. O que nós fazemos nas escolhas difíceis é o que mostra quem realmente somos.”

Filósofa Ruth Chang, na TED, explicando como tomar decisões difíceis. Com clareza ela mostra que a maioria de nossas escolhas são fáceis e perfeitamente mensuráveis, e que é nas difíceis que mostramos quem realmente somos, e porque escolhemos um caminho ao invés de outro. Vale conferir.

Tem medo de empreender? Conheça a história da Gandys

Quando tinham 11 e 13 anos os pais de Rob e Paul os tiraram da escola no Reino Unido e mudaram com a família para Goa, na Índia. Em 2004 a família estava no Sri Lanka quando o tsunami devastou a região. Os pais morreram na ocasião.

Os irmãos viveram em Hampshire com a irmã mais velha até se mudarem para Brixton, onde começaram um negócio de calçados com menos de 10 mil libras, segundo reportagem da BBC. Os chinelos Gandy absorveram a experiência vivida por anos na Índia. Produzidos com juta e feitos manualmente foram substituídos por modelos chineses por conta da perda em decorrência da má qualidade.

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Hoje a empresa possui 14 funcionários, incluindo um designer e um gerente de marca. Os produtos são vendidos em lojas do Reino Unido e Alemanha, mas há planos de expansão para os mercados australiano e americano.

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10% do lucro são doados para caridade. Os irmãos mantém a Fundação Gandys, cujo objetivo é apoiar crianças carentes. Já há casas financiadas na Índia e no Sri Lanka pelo projeto, que eles denominam “de órfãos para órfãos”.

Dificuldade alguma barrou o empreendedorismo dos irmãos, que ainda doam parte da receita da empresa para uma ótima causa social.  História inspiradora para quem quer empreender, mas ainda tem medo de seguir em frente.

A precificação com base no perfil do consumidor

A tecnologia traz enormes benefícios, isso todo mundo sabe. Mas as grandes mudanças provocadas também trazem dor de cabeça pra muita gente, principalmente para órgãos reguladores.

Já falamos sobre a sharing economy e seus impactos, ainda sendo avaliados por governo e empresas que atuam nos mercados onde o compartilhamento está presente.

Tem mais um abacaxi pra descascar: os preços.
Funciona assim: os varejistas coletam detalhes sobre o histórico de compras no site ou compram essas informações de um terceiro. A partir daí oferecem preços diferentes dependendo das informações sobre o consumidor. Não é certeza ainda que isso esteja acontecendo, mas já há indícios. Órgãos responsáveis por proteger o interesse do consumidor tentam conseguir informações sobre a precificação com base no perfil do consumidor, impulsionada pela tecnologia.

Programas de fidelidade de companhias aéreas já foram acusados de descontar mais de clientes com mais pontos do que de clientes com menos pontos. Segundo especialistas, o que é preciso saber é se os consumidores estão cientes de que todos os dados estão sendo coletados e se essas informações permitem que os varejistas cobrem preços mais altos para determinados clientes.

Este cenário beneficia alguns, como clientes regulares, mas prejudica outros. É fato que os consumidores não gostam de ser prejudicados por conta das informações coletadas sobre seu histórico de compras, entretanto gostam dos benefícios que esse procedimento pode trazer, como descontos para clientes fieis.

Como o mercado irá ser regulado? Algum palpite?