Arquivo da categoria: Produtos

Além de bons produtos, atuar no varejo também requer processos bem estruturados.

Concorrência acirrada é realidade para o varejo principalmente em grandes cidades. Mesmo com um produto atrativo, ganhar dinheiro com bens de consumo envolve também uma boa estratégia para as linhas trabalhadas, uma distribuição bem definida e coordenada dentre os canais disponíveis e a combinação certa de oferta nos canais online. Sem isso a empresa corre o risco de morrer na praia.

A chave sempre será entender seu consumidor. Vamos cair na mesmice, mas conhecer seu consumidor e fazer com que ele saiba que você existe devem compor sua lição de casa. Diariamente. Não adianta ofertar o produto certo sem distribuí-lo da maneira adequada. Você precisa saber quem é e onde está seu consumidor.

O conhecimento sobre ele vai alinhar sua estratégia ao mercado. Ou seja, se você não tiver uma marca forte e reconhecida vai ter de se destacar de outra forma. O preço baixo requer estrutura enxuta, e se a estratégia não for bem costurada leva a empresa a problemas de caixa.

Ao contrário, se sua marca tem força seus maiores investimentos serão em branding e seus desdobramentos. Também não adianta oferecer um produto a um preço que você julga ser atrativo sem saber o que significa “caro” ou “barato” para o seu consumidor.

Um bom produto é importante, mas a estratégia para inseri-lo e mantê-lo no mercado também é fundamental.

Os fãs e suas sugestões valiosas: O case da Lego.

Com a ajuda da internet, das mídias sociais e dos fãs as marcas conseguem lançar produtos já aprovados pelos consumidores.

O crowdsourcing ajuda a agregar o conhecimento e a experiência dos clientes no lançamento de novas ideias, que os designers não conseguiram captar por conta própria.

A Lego colocará no mercado em breve uma miniatura da ambulância que Bill Murray dirigiu no filme Ghostbusters, de 1984. A criação é de um fã de Lego, que vai embolsar 1% da receita líquida do brinquedo.

lego_ghostbusters

O programa de crowdsourcing da Lego existe desde 2008, através da empresa japonesa Cuusoo System. Os projetos que conquistam mais de 10.000 votos de visitantes são avaliados por designers e executivos para garantir que cumprem requisitos de segurança e se encaixam na proposta da marca.

A Lego já produziu outros brinquedos assim: uma miniatura do rover Curiosity (veículo destinado a explorar a superfície de Marte) criada por um engenheiro da NASA que trabalhou no veículo real e um conjunto baseado no vídeo game Minecraft, que atingiu 10.000 votos em 48 horas. A Lego já lançou 3 conjuntos do Minecraft e mais um está a caminho. Dica de um fã!

A reportagem é da Bloomberg Businessweek.

O manual de boas maneiras do Google Glass e a aceitação de novas tecnologias

Será inovação demais para explicar ao público? A aceitação de novas tecnologias é objeto de estudos há algum tempo, com o objetivo de analisar o uso e o comportamento dos usuários. A aversão inicial parece compor um ciclo normal e, quando nos damos conta, estamos usando aquele produto que pensávamos nunca precisar.

Um usuário do Google Glass já foi expulso de um restaurante em Seattle e o produto ainda é estranho para a maioria de nós. Diante disso o Google resolveu lançar um tipo de guia para quem resolver usar os óculos. O que fazer e o que não fazer com o produto.

No topo da lista de proibições está a sugestão de não se empolgar demais ao usar o produto em público e ficar parecendo um estranho, olhando para o nada. O Google também avisa que algumas pessoas vão querer saber mais sobre a tecnologia e pede paciência aos usuários: “Seja paciente e explique que o Google Glass tem muitas características semelhantes às dos celulares”.

Apesar da divulgação intensa caracterizando o produto como a grande novidade há pesquisas mostrando que poucas pessoas usariam. A BiTE Interactive publicou alguns dados sobre isso no ano passado: 38% dos americanos não comprariam o Google Glass mesmo por um preço baixo, 45% temem que o produto seja ruim de usar ou esquisito socialmente e 44% não enxergam benefício algum.

Mesmo com estes números uma série de empresas e desenvolvedores investiram em aplicativos para o produto. Mídias sociais, como Facebook, Twitter, Tumblr e Path também compraram a ideia. Muita gente acredita que as novas tecnologias de vestir representarão uma nova era na interação entre os produtos e os usuários.

Talvez para nós, meros consumidores, ainda seja um pouco difícil de enxergar, mas o Google Glass já mostrou para que veio. Apesar de toda estranheza dos consumidores diante do produto ele abriu portas para outras grandes inovações e inaugurou um novo modo de interagirmos com a tecnologia. Vai comprar um?

Aqui jaz um produto

Qual o futuro do jornal impresso, das locadoras de vídeo, dos talões de cheques e das mídias físicas? Esses são só alguns produtos ou serviços com um futuro nebuloso pela frente.

A revista Info Exame de fevereiro listou 11 coisas que deixarão de existir, e temos certeza que você deve ter pensado em muitas outras quando leu o início deste post. Talão de cheque quase ninguém mais usa, mas e os blue rays? São produtos relativamente novos e mesmo assim fadados a morrer. Publicamos uma frase de Bill Gates que explica como devemos pensar em tempos que produtos nascem e morrem rápido demais.

A revista New Yorker também ajuda a pensarmos sobre o assunto no artigo “The trouble with toys”, que fala da influência dos vídeo games na venda dos brinquedos.”Nós não vendemos bonecas Barbie suficientes”, disse Bryan Stockton, CEO da Mattel ao anunciar os resultados de 2013. A receita da empresa caiu 17%. As crianças preferem os eletrônicos, e isso não é mais novidade há algum tempo.

Os vídeo games podem ser utilizados com apenas um jogador, oportunidade que não pode ser oferecida por um tabuleiro de xadrez, por exemplo. Além disso os jogos contam uma história, que é a chave para prender a atenção das crianças de hoje.

Para dificultar ainda mais a vida dos brinquedos tradicionais dois outros produtos também disputam a atenção da criançada: tablets e smartphones. E esses dificultam a vida dos consoles de vídeo game também, já que marcam presença no bolso dos consumidores 24 horas por dia.

skylander

O jeito que a indústria encontrou para continuar viva é pegar carona no sucesso dos vídeo games. Alguns brinquedos se integram ao jogo, como avatares, e são vendidos no mercado como acessórios para vídeo games. Acima, boneco do Skylander, jogo que junta o físico com o digital. Resta saber até quando isso irá funcionar.

Provando que os nuggets são de frango

As redes sociais são o ambiente perfeito pra quem quer disseminar uma notícia, sendo ela positiva ou negativa. É um ótimo canal para as empresas conversarem com seus consumidores e saberem suas preferências sem grandes investimentos, mas também tem seu lado negativo.

Como se defender nesta terra sem lei quando aparece alguém dizendo que seu produto é feito de minhoca ou de uma gosma cor-de-rosa?

O Mcdonald’s achou um jeito pra explicar mal entendidos aos seus consumidores. “Our products. You question”. Criaram um vídeo a partir de uma pergunta que mostra um tour pela linha de produção provando que os nuggets são feitos de frango sim, pelo menos no Canadá.

Boa estratégia? Será que o vídeo vai se espalhar pela rede da mesma forma que a foto com a tal gosma rosa?

Quem vai matar seu produto obsoleto? Você ou seu concorrente?

“Trabalhamos com o propósito de tornar nossos produtos obsoletos, antes que nossos concorrentes o façam.” Bill Gates

Muitos empresários possuem um apego emocional por seus produtos que pode atrapalhar a criação de algo novo ou mesmo prejudicar financeiramente a empresa, com os custos de produção aumentando e as vendas caindo.

Empresas inovadoras não parecem sofrer com isso e para provar começamos este post com a frase de Bill Gates, que dispensa explicações.

Quando o IPhone foi lançado em 2007, Steve Jobs o apresentou de forma irônica, dizendo ser “o melhor Ipod que fizemos até agora”. Se você é fã da Apple deve ter aposentado seu Ipod quando comprou um Iphone. Não faz sentido carregar os dois.

O Ipod foi um sucesso para a Apple, isso ninguém duvida. E a empresa parece não ter medo algum de aposentá-lo. Provavelmente porque sabe que alguém fará.

“Eu acho que todos nós já sabíamos há algum tempo que o iPod é um negócio em declínio”, disse o chefe da Apple, Tim Cook no início desta semana em uma teleconferência sobre os lucros da empresa. Segundo reportagem da BBC as vendas do produto caíram 52% com relação ao ano passado, apesar do lucro registrado pela empresa.

O que será que vem por aí? E por que vocês acham que algumas empresas insistem em produtos sem futuro? Algum palpite?

O marketing da vez e o marketing de sempre

Envolver os clientes emocionalmente e fazer com que eles compartilhem acontecimentos em redes sociais é o objetivo do marketing de experiência. A marca que o patrocina quer ficar gravada na memória do consumidor para sempre.

Grandes empresas fazem um grande barulho com isso. A Coca-Cola transformou passageiros de trem em agentes secretos por 70 segundos com o objetivo de promover o filme Skyfall, conforme artigo na Forbes. A experiência de um pequeno número de pessoas foi a ponta do iceberg para a divulgação em massa nas midias sociais. O vídeo teve mais de 10 milhões de visualizações.

Agora tudo é experiência. Até escovar os dentes com chocolate. Isso mesmo. A Procter & Gamble divulgou semana passada, conforme reportagem da Bloomberg, 3 novos sabores de pasta de dente. Baunilha, chocolate e limão (na verdade os nomes são bem mais complexos e não vamos tentar traduzi-los: “Mint Chocolate Trek,” “Lime Spearmint Zest,” e “Vanilla Mint Spark”).

Inovar é bem difícil, mesmo para grandes empresas. Será que lançamentos desse tipo irão se dar bem no mercado? Será que ouviram os consumidores (básico do marketing de sempre)?

Ano passado a Lay’s lançou uma versão chocolate para sua batata frita e o Burger King um sorvete de bacon. Os dois produtos não estão mais no portfólio de produtos das empresas. Será que voltam? O lançamento desse tipo de produto tem qual objetivo para você? Criar um falatório sobre a própria esquisitice ou atender ao consumidor e seus desejos?

Um liquidificador potente e uma estratégia de marketing: o case da Vitamix

Um motor de 2 cavalos de potência, lâminas anguladas que destroem tudo a 240 quilômetros por hora e um marketing eficiente transformaram a Vitamix em um ícone da alimentação saudável nos EUA.

smoothies-wycm

Os caros liquidificadores conseguiram se espalhar através da mesma técnica que a Tupperware se tornou conhecida: o boca a boca. Após ficar no anonimato por quase um século, hoje cresce como uma startup graças ao marketing eficiente e uma sequência de fatos positivos, que inclui a moda dos alimentos orgânicos, uma febre de programas culinários e a mania de sucos e smoothies.

A Vitamix tem um portfólio de modelos que incluem os caros, de US$ 399,00, e os super caros, por US$ 689, vendidos em mais de 100 países. Nos últimos dois anos sua equipe de vendas triplicou para acompanhar a demanda. Os produtos são os mais vendidos não só em lojas para o consumidor final como também para clientes corporativos, como Starbucks e Mcdonald’s.

Como a Vitamix conseguiu isso? Algumas ações da marca são citadas na reportagem da Bloomberg Businessweek:

1. Em 2005, o Iron Chef America estreou, colocando estrelas como Mario Batali e Bobby Flay uns contra os outros em uma competição acirrada na cozinha. Um desafiante , Michael Symon, premiado chef atrás do Cleveland Lola Bistrô, trouxe sua Vitamix na mala. E assim os liquidificadores se tornaram um show a parte.

2. Anthony Ciepiel, diretor de operações da Vitamix, afirma que a marca está presente em 45 dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, segundo o guia anual da San Pellegrino. Quando os funcionários saem para almoçar eles perguntam se o restaurante tem um Vitamix. A resposta é quase sempre positiva.

3. A Vitamix conseguiu convencer os consumidores a gastar mais em uma máquina que pode ser encontada em lojas de departamento por cerca de US$ 20. Para isso foi necessário mostrar o que a versão turbinada pode fazer. Mais de 500 promotores de vendas fazem demonstrações em residências, festivais gastronômicos, clubes de compra e exposições de produtos para cozinha. Os promotores são treinados por dias e aprendem a filosofia da marca para conseguirem compartilhar a proposta de valor. Em 2012 os promotores realizaram 4 milhões de demonstrações, outro show a parte.

4. A Vitamix se estabeleceu em cinco cadeias escolhidas a dedo, onde poderia atingir as pessoas com renda suficiente para comprar um liquidificador potente e inclinadas a cozinhar sério e de forma saudável. Para manter a marca na boca do consumidor a Vitamix doa seus produtos para o Culinary Institute of America e já fecha o cerco junto aos jovens chefs utilizando os programas de televisão como meio.

5. Os gostos dos consumidores também são monitorados. Um pesquisa com 1000 pessoas feita todos os meses mostra as tendências, como os sucos feitos com a fruta toda.

6. A participação maior dos homens na cozinha facilitou a entrada e a disseminação dos produtos potentes no mercado.

A matemática do trânsito caótico de São Paulo.

A maioria das montadoras trabalha com o pressuposto que, em 2030, os carros já não precisarão mais de motoristas. Aí você poderá ler enquanto o carro anda sozinho pelo trânsito. Menos mal.

“Em São Paulo, nos horários de pico, cerca de 78% da área disponível nas vias públicas fica debaixo de automóveis convencionais, com até cinco lugares. Só que o número de passageiros que trafega nesses automóveis é muito pequeno – mal chega a 28% das pessoas em trânsito, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pela pesquisa. Enquanto isso, os ônibus seguem a proporção inversa: espremem-se em apenas 8% do asfalto, mas carregam até 68% dos passageiros da cidade.”  Super Interessante, dezembro/2013.

Hoje circulam no mundo aproximadamente 1 bilhão de carros, segundo a Organização Mundial da Indústria Automobilística. Até 2035 a frota deve chegar a 1,7 bilhão de unidades. Bem vindos, carros inteligentes!